Armado com um processador de 800 MHz, o Galaxy Ace está distante dos smartphones top de linha, mas figura como um verdadeiro ás em sua vizinhança, entre os aparelhos de entrada. O principal atrativo do aparelho é a relação entre custo e benefício, já que por 800 reais ele traz recursos de sobra como câmera de qualidade, tela de 3,5 polegadas, DLNA com o Samsung All-Share e Android 2.2 (Froyo). Além do poder de fogo, o aparelho tem um visual sóbrio, mas ainda assim atraente, e pesa 113 gramas. De cara o Galaxy Ace apresenta dois pontos fracos: pouca memória interna e uma gravação de vídeo com qualidade desprezível.
Com cantos arredondados e corpo construído totalmente em plástico, os 5,9 por 11,1 por 1,2 centímetros do Ace conferem uma boa empunhadura e conforto para carregá-lo no bolso. A tampa traseira tem uma textura áspera interessante, pois além da aderência, torna o manuseio agradável. O Ace não é um aparelho grande. Ligeiramente menor, e tão fino quanto o iPhone 4, ele só perde para modelos mais recentes, como Xperia Arc ou mesmo o Galaxy S II, seu irmão topo de linha.
A tela de 3,5 polegadas conta com 320 por 480 pixels, tem boa resposta aos toques e tem brilho na média. Se comparado a seus principais concorrentes, como o LG Optimus Me, não há nada de excepcional no Ace nesse quesito. Há quem compare o pequeno smartphone com o iPhone 3G e, realmente, as semelhanças são evidentes. Mas o aparelho na verdade é uma versão mais madura do Star II, um celular básico da Samsung.
Minimalista, o design conta com poucos botões. Na lateral esquerda há um controle para volume, enquanto na lateral direita o usuário encontra a entrada com tampa para cartão microSD, além do botão liga/desliga, que também trava a tela. Na face frontal há um botão físico, o tradicional “Home”, além de dois botões sensíveis ao toque (menu, à esquerda, e voltar ao lado direito). Na parte superior há uma entrada microUSB, que além de conectar o aparelho ao PC, recarrega a bateria. Ao lado há um conector P2 para fones. Um diferencial é a pequena tampa para a USB, que evita a entrada de poeira quando a porta não está sendo utilizada (maior parte do tempo).
Na parte traseira, além da tampa feita em plástico preto fosco, que é mole e fácil de ser removida, há a câmera de 5,1 MP e um flash LED. Há também duas ranhuras, por onde escapa o som do aparelho. Para evitar que o som seja abafado quando o smartphone é colocado em uma superfície lisa há uma pequena elevação entre elas.
Froyo com calda da Samsung
Equipado com o Android 2.2 (com possível e desejada atualização para o Gingerbread), o Ace traz a tradicional interface TouchWiz, da Samsung. O visual da TouchWiz não é dos melhores. O aspecto, no geral, traz muito mais empecilhos que melhorias. As fontes e cores escolhidas não são das mais elegantes, bem como a fonte dos menus. Uma vantegem, no entanto, é o movimento de pinça para exibir todas as ares de trabalho (na tela inicial) e todos as janelas com os aplicativos instalados. O recurso facilita a vida de quem possui muitas aplicações e gosta de aproveitar o aparelho ao máximo. Assim como em outros modelos da marca, o usuário pode adicionar, remover e organizar áreas de trabalho.
A interface também acompanha uma série de widgets, como um painel de controle de funções básicas, como Bluetooth, Wi-Fi e rotação da tela e um gerenciador de tarefas. Essa é uma novidade interessante da TouchWiz no Android 2.2. Além de exibir todos os dados de uso de memória (storage e RAM), permite encerrar aplicativos abertos.
A orientação do menu de aplicativos também é um diferencial. Para bem ou para o mal, ela responde da mesma maneira que a tela inicial, com rolagem na horizontal. A maioria dos aparelhos faz o oposto, trazendo uma orientação vertical para as apps.
A agenda de contatos é um ponto forte da interface. Com um alfabeto na lateral direita, que funciona como uma espécie de barra de rolagem, o Ace torna simples a tarefa de buscar um contato sem a necessidade de digitar qualquer letra na caixa de busca. Ela também conta com um pop-up com opções para chamada, mensagem de texto ou e-mail. Basta pressionar a foto de um contato para que o menu apareça.
O teclado com Swype tem bom tamanho e sua digitação é confortável. O usuário pode, no entanto, se deparar com alguns engasgos durante a digitação e pontos serrilhados em algumas teclas. As teclas do telefone, bem como o sinal do aparelho e volume durante as ligações não apresentou nenhum problema durante os testes do INFOlab.
Benchmark Quadrant (em pontos)
Barras maiores indicam melhor desempenho
Samsung Galaxy SII
Xperia Arc
Samsung Nexus S I
LG Optimus Black
Galaxy Ace
LG Optimus Me
O processador de 800 MHz ARM 11, da Qualcomm, permite que o usuário execute as tarefas tradicionais do aparelho, rode aplicativos simultaneamente e se divirta com a maioria dos jogos, graças ao chipset Adreno 200. Mas vale lembrar que, assim como em outros aparelhos de entrada, a GPU e CPU não encaram gráficos mais complexos ou um grande volume de informação como nos aparelhos top de linha. Lentidão e alguns travamentos ocasionais são esperados.
O navegador do aparelho tem um visual bastante simples e faz o básico. Vale ressaltar, no entanto, que não há suporte nativo a Flash. Mesmo com a versão de Android que permite o uso do Flash, o processador do aparelho não é capaz de reproduzir o conteúdo, situação semelhante à do LG Optimus One. Fora esse detalhe o navegador traz os recursos de sempre, como zoom com pinça, por botões, opções para favoritos, configurações de segurança, etc.
O Ace traz alguns aplicativos interessantes (e outros nem tanto) pré-instalados, como All Share (DLNA), Samsung Apps (loja de aplicativos), Social Hub (agregador de redes sociais) e trial de três jogos: Midnight Bowling, Prince of Persia e Uno. O All Share é, sem dúvidas, o mais interessante. Com ele é possível enviar e receber arquivos de outros dispositivos compatíveis com DLNA, como televisores e PCs. Dessa maneira, é possível enviar um vídeo gravado no celular para a TV sem nenhum cabo, ou mesmo rodar um vídeo armazenado no PC direto no aparelho.
O aparelho conta ainda com uma câmera de autofoco de qualidade, tanto no contraste como nas cores. O resultado é o esperado para uma câmera de 5 MP (2560 por 1920 pixels). A interface da Samsung é básica, com opções para ajuste de qualidade da imagem, nível de branco e ganho de luminosidade. Não há um botão físico dedicado para disparo, portanto o usuário deverá se contentar com a interface e tocar a tela. Mesmo com uma boa qualidade para a captura de imagens, a gravação de vídeo é sofrível. A filmagem a 320 por 240 pixels a 15 quadros por segundo tem qualidade desprezível.
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